Estudantes vão às ruas contra aumento de passagem em Recife
A
população da Região Metropolitana de Recife teve logo no nos primeiros
dias de 2013 uma notícia desagradável: o Conselho Superior de Transporte
Metropolitano (CSTM), responsável pelo valor das tarifas dos ônibus,
marcou uma reunião para discutir não a melhoria no péssimo transporte
coletivo da cidade, mas o aumento das passagens. A proposta dos
empresários era de aumentar as passagens em 13% e a proposta do Governo
reajuste de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), ou seja, 5,75%.
Pego de surpresa, o Movimento
Estudantil, tendo à frente a União da Juventude Rebelião (UJR), não
ficou parado e foi à luta, logo questionou o aumento e foi às ruas
denunciar o aumento. A sede do Diretório Central dos Estudantes da
Universidade Católica de Pernambuco (DCE-UNIAP) transformou-se em um
polo de concentração de lideranças do movimento, reunindo mais de 60
estudantes dispostos a construir a luta e intervir na reunião do CSTM
para impedir o aumento.
No mesmo dia 3, às 9hs, cerca de 40
manifestantes entraram no local da reunião para expressar a opinião dos
estudantes, porém foram impedidos pela polícia e pela administração do
Grande Recife Consórcio de Transporte. A repressão não impediu a ousadia
e a combatividade do Movimento, que conseguiu chamar a atenção do povo
pernambucano para mais esse assalto ao bolso do consumidor.
Na segunda-feira, 7 e janeiro, ocorreu a
segunda manifestação de rua contra o aumento das passagens, dessa vez,
as reivindicações foram ampliadas para cobrar das autoridades além da
revogação do aumento, auditoria nas contas das empresas que fazem o
transporte; licitação das linhas de ônibus; reformulação do CSTM
ampliando a participação da sociedade civil organizada e o passe livre
para estudante e desempregado.
O ato no Centro do Recife recebeu apoio
da população e contou com cerca de 300 pessoas, que foram ao Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) apresentar denúncias. e foram recebidos
pela subprocuradora-geral Lais Teixeira.
O presidente da UESPE, Davi Lira,
afirmou durante o ato, que “essa movimentação junto ao MPPE, vem se
somar a luta dos estudantes por um transporte público de qualidade. O
ato contou com a presença do SIMPERE (Sindicato dos Professores da Rede
Municipal) e do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas MLB,
mostrndo que vários setores da sociedade aderiram à luta. Falando à
imprensa, Serginaldo Quirino do MLB, afirmou que “Com esse aumento o pai
e mãe de família que tem mais de um filho na escola e paga passagem
para estudar, que paga para ir trabalhar, sofre também com o aumento do
feijão do gás, do aluguel, vai ter muito mais dificuldade de manter a
família, por isso, temos que barrar esse aumento”.
Os estudantes continuam reunidos e novas mobilizações estão sendo organizadas.
Fonte: "JORNAL A VERDADE"
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